Padres já foram demitidos do estado clerical por se envolverem na política
- 07/07/2024
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Weber Severino, Prefeito de Rubiataba, ainda é padre? Teria ele sofrido alguma punição ou poderá voltar ao serviço sacerdotal?
Os líderes espirituais não são bem vistos por um lado da sociedade e por muitas igrejas na política, mas, a popularidade que conquistam no exercício sacerdotal acaba por estimulá-los a ingressar nesse mundo completamente adverso à sagrada missão de evangelizar. E por causa do poder de influenciar massas, os partidos políticos estão sempre de portas e janelas abertas. Algumas igrejas proíbem seus líderes até de manifestações políticas. Foi assim com a Igreja Católica por um bom período,mas, hoje tem sido comum padres se candidatarem aos mais diversos cargos, o que se dá somente através de uma autorização do bispo da Diocese. Em Petrolina (PE) o padre Juraci da Silva Bernardo foi demitido do estado clerical por ter se candidatado a vereador em 2020 sem tal autorização. Em 2017, o padre Eduardo Inácio Abreu se candidatou em 2016 a vereador de Visconde do Rio Branco (MG), pelo PCdoB. O bispo de Leopoldina, dom José Eudes do Nascimento, decretou a suspensão de todos seus atos como padre, como celebrar missa, realizar casamento e batismo. E lembra que a decisão vale para "toda a face da terra".
Rubiataba tem como Prefeito o ex-padre Weber Severino. Quando candidato não havia bispo na cátedra e a licença de Weber Severino foi assinada pelo administrador diocesano. Resta saber se o referido documento possui validade para o Vaticano. Vale ressaltar que o o arcebispo Mario Antonio Cargnello fez em 2015, por causa da candidatura de um padre a deputado na Argentina, alguns importantes esclarecimentos sobre a relação entre o sacerdote católico e a política. Ele observou que a Igreja valoriza a atividade política, considerando-a como uma forma privilegiada de caridade social. Por isso, incentiva os seus fiéis leigos (os que não são ordenados, isto é, que não receberam o sacramento da Ordem) a assumirem suas responsabilidades no serviço ao bem comum, que é a razão de ser da atividade política”. Por outro lado o arcebispo destaca que “o sacerdote, servidor da Igreja que em virtude da sua universalidade e catolicidade, não pode ligar-se a nenhuma contingência histórica, estará acima de qualquer parte política. Ele não pode tomar parte ativa em partidos políticos ou na condução de associações sindicais, a menos que, na opinião da autoridade eclesiástica competente, o exijam a defesa dos direitos da Igreja e a promoção do bem comum” (n. 33).
No entanto, mesmo que se etivesse enquadrado na igreja como “fiel leigo”, se se esperava do envolvimento de um padre na política a “responsabilidade no serviço ao bem comum” em Rubiataba o maior pecado do prefeito Severino tem sido na ação social: Em Rubiataba não teve um só projeto de moradia popular e até medicamentos tem faltado no hospital, isso, falando apenas do esteio de uma ação social.
Curiosamente, Weber Severino ingressou na política e até então, ao que tudo indica, não sofreu nenhuma penalidade por parte da igreja, mesmo ainda estar a usar o nome de Padre, inclusive, nas suas assinaturas como chefe do Poder Executivo. Ou ele já teria sido demitido do estado clerical sem divulgação de tal fato? Teria ele ido ao cartório de registro civil mudar o seu nome para Padre Weber Severino?